terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dele

Perco-me no braço que me abraça nu
E nua estou nesse toque morno
Deito-me no berço, o regaço do seu braço - e abraço
Seu braço - seu abraçar
Mais nua sou quando canta o vento
Cantarolante – lá fora a murmurar
Que sou – indubitavelmente – sua
Assim passa-se o nosso tempo - perdidos que estamos a nos olhar
No mar do que somos – nos amar
Sentir-te sorrindo – amar estar, em ti perdida –
Só nesse abraço que me abraça nu
É querer-te antes – e sempre mais, depois do tempo
Do tempo que temos tido – da minha boca e da sua
Quando somos em tudo – uma boca só...

Lila Gomes

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