segunda-feira, 23 de março de 2009

Um


Abril
É a promessa
Verdade em dose homeopática
Início de uma fase
Do infinito lúcido
E que ele [nosso palco]
Continue onde sempre esteve
Irremediavelmente estático
Naturalmente iluminado
Maravilhosamente espelhado
No vestido de seda
Da chamada poesia
Abril
Mês do amor escandalizado
Amaldiçoadamente abençoado
Nos sonhos que permitimos
Beijos desperdiçados
No calor insuportável
Da imaginação
Idas que já não são
Tão definitivas
Espera que já não é
Tão assustadora
Saudade que já foi
Tão destruidora
Seguir-te hei
Como se sua sombra fosse
E a silhueta desenhada
Na fumaça do meu cigarro
Diz-me em voz entrecortada
Quando já não quero mais ouvir
Que não há um lugar sequer
Pra onde possa fugir
E essa nossa loucura
Pincelada pelo tênue traço da sanidade
A mim e a ti mostra
Que já somos

Quase um

Lila


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