sábado, 25 de abril de 2009

1 Minuto

Agora o silêncio tomou posse
Dos meus sentidos
É uma maneira meio absurda
De ver as coisas
Outra ótica, outro ângulo
Cresci. Não havia outra opção
Se nado com suas nadadeiras
Aquelas com as quais você sonha
E vôo com suas asas
Aquelas que você tenta esconder
E faço minha as suas palavras
Aquelas que até você se recusa
Pronunciar
É que em ti, tento me ver refletida
Como num espelho antigo
Estragado
Que me deixa ver apenas
Pequenos pedaços de mim
Numa espécie de mosaico
Arcaico
Não sou mesmo
Dona de mim
E de soslaio
Vejo suas portas se abrindo
É tudo tão louco.
Acho que enlouqueci
Mas, pensando bem
Nunca fui tão normal assim
A minha ótica é vesga
O meu ângulo não enquadra
E a minha realidade é absurda
Como sempre e sempre foi
A lógica daqueles que sonham
E nunca curtem o seu tempo
Não vivem os seus momentos
Apenas sonham
E sonham
Utopias
Mas existe uma realidade
Paralela
Que me bate à porta
Me chamando pra sair
E saio
E como humanos ando nas ruas
E como normal passo despercebida
E outros seres semelhantes me olham
Desnudando-me a inteligência
Mas somente eu
Só eu conheço
O monstro insano

Nascido da realidade ambígua
Que dorme dentro de mim


Lila

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